De novo.

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Para ouvir: 1997 - Hatten

Chegou no bar  com dor de cabeça.”Calma”, falou para si mesma, uma cerveja vai melhorar tudo.

Pediu a cerveja e bebeu em silencio. Sair era sempre um sacrifício desde que tudo aconteceu, a cabeça sempre doía, ela sempre tremia a cerveja nunca mais teve gosto e o cigarro passou a ser mais necessário do que nunca. Ela se forçou a acabar o primeiro copo:sabia que depois disso tudo melhoraria.

Depois do quinto ou sexto copo, já estava bem: ria para todo mundo, flertava com o moço bonito perto dela.Tinha esquecido de toda a merda que tinha acontecido.Mas uma coisa não parava de passar pela sua cabeça.”Onde será que ele está agora?” ela pensava toda vez que tomava um gole.Foi controlando o pensamento com a bebida, assim, a noite inteira.Lá pelas tantas, o garçom disse que não venderia mais cerveja para ela. “Não”, ele disse, “ Você já bebeu demais”.Ela viu que de fato tinha bebido demais.Ligou chamando um táxi para ir para casa, pegou o telefone do moço bonito com quem ela flertou a noite toda.Disse tchau para as pessoas do bar, porém, antes de colocar o pé para fora, de novo, ela se perguntou onde ele estava.

E ele estava na porta do bar, esperando ela sair.

Confusa e trançando as pernas, ela foi até o carro azul dele.

- O que você está fazendo aqui?

- Ué, você me ligou pedindo para eu vir te buscar.

- Não, eu não liguei pra você, liguei para o táxi.

-Você me ligou Ana, de novo.Entra no carro vai.

(Continua)