sábado, 1 de fevereiro de 2014

De novo (fim)


Para quem não viu as outras partes:
 Para ouvir:Não leve a mal - Fresno
-EU QUERO VOCÊ CAETANO! – ela deu um soco no banco- EU SEMPRE QUIS VOCÊ!- ela sentiu uma lágrima escorrendo na bochecha – mesmo com todas as mentiras e toda a falta de atenção, todos seus amigos babacas e todos os seus jeans zoados.EU SEMPRE QUIS VOCÊ!Mas você nunca viu.
-Eu era seu Ana.Será que você não entende?Durante todo tempo que estávamos juntos, eu era totalmente seu.Eu gostei muito de você.Eu gosto muito de você, e percebi isso hoje, deixando uma menina na minha cama as 3 da manhã só pra ir te buscar em um bar que fica longe pra caramba da minha casa.
-Você nunca foi totalmente meu Caetano – agora ela soluçava.Havia tanta coisa pra falar, tantas magos não resolvidas, tanto amor contido – você nunca soube ser meu.Você era da rua! VOCÊ É DA RUA! E isso nunca mudou e isso nunca vai mudar porque ESSE É VOCÊ! E eu aceitei esse você errado, cheio de defeitos e incompleto mas mesmo assim VOCÊ NÃO ERA MEU! – ela colocou as mãos na cabeça e encostou a testa no painel do carro, chorando – Você nunca foi meu.Eu só precisava de você.
O silencio voltou.O carro continuava parado.Ele continuava imóvel, olhando para ela.
-Por isso você foi procurar outro?Por isso você foi procurar outro enquanto ainda estávamos juntos?
-Foi – ela olhou para ele, sentindo os olhos inchados.A cabeça começava a doer – eu aceitei você, mas ainda tinha minhas necessidades.Eu tinha metade você.O que eu fazia com a outra metade Caetano? EU ESCONDI ESSA OUTRA METADE O MÁXIMO.Eu aceitava as saídas, os finais de semana que você me deixava sozinha.Eu aceitei quando me deixou sozinha no meu aniversário.Aceitei a falta de presentes no dia dos namorados.MAS ESSA METADE FALTANDO FICOU INSUPORTÁVEL! O QUE EU TINHA QUE FAZER COM ESSA METADE CAETANO? – Ela gritava de novo-  EU SOQUEI ELA DENTRO DE MIM O MÁXIMO QUE EU PUDE.EU BEBIA ESSA METADE TODA VEZ QUE VOCÊ FAZIA MERDA.Uma hora não deu.Eu arrumei alguém pra me dar o carinho que eu precisava para eu poder te dar o amor que eu precisava te dar.
-Então a culpa é minha Ana?Eu sempre te deixei claro que seria assim.Nunca escondi nada.
-A culpa é nossa Caetano.A culpa é da vida.Sei lá de quem é essa porcaria de culpa – ela limpava a maquiagem que havia escorrido em seu rosto – Mas o que importa agora? Acabou.Tá sendo horrível, mas acabou.Nada mais importa.
Ele continuava olhando para ela.Ela olhava para ele enxugando as lágrimas do rosto.E ai eles se beijaram.Nunca vão saber quem beijou quem, ou o porque do beijo.Eles se beijaram pelo que pareceu um longo tempo, e sentiram o gosto da saliva e das lágrimas um do outro.E ai o beijo acabou.
Ele ligou o carro e o CD player.Ela acendeu um cigarro e o caminho voltou a ser silencioso.Eles chegaram na porta do prédio dela.Se abraçaram, sem muito a dizer.
-Tchau Caetano – ela disse já com metade do corpo para fora do carro – obrigada pela carona.
- Não tem problema – ele disse olhando para ela, mas segurando firme o volante – tenta beber menos tá?
- Tudo bem – ela fechou a porta – Boa noite.
-Boa noite Ana.Se cuida.Eu te amo.
- Eu também te amo.
Virou-se e foi em direção ao portão do prédio.Enquanto brigava com o cadeado, viu o carro dele fazendo a curva da rua.E assim eles voltaram a viver suas vidas separadas, que não era fácil e nem legal, mas que cedo ou tarde eles acostumariam.Era melhor, e ambos sabiam disso.
 

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